
De origem inglesa, os Symington têm quase dois séculos de história na região do Porto – e mesmo nos dias de hoje essa tradição pesa dentro de casa. Apesar de falar português com um discreto sotaque britânico, ele fica com a seleção de Felipão, enquanto seu irmão torce fanaticamente pela Inglaterra. No mundo dos vinhos, eles são protagonistas da revolução pela qual passa a região do Douro.
Há oito anos, Dominic começou a fazer tintos de mesa e a qualidade das suas uvas, as mesmas empregadas nos vinhos do Porto, resultaram em produtos incensados pelo mercado. Os tintos finos da região já respondem por quase 20% da produção tota l– e, no caso das uvas da Quinta do Roriz, 80% vão para vinhos de mesa e apenas 20% para o Porto Vintage.
O clássico e o novo permeiam a produção, do campo às barricas. No vinhedo, os Symington têm separado as plantações por cepas. No Douro, as vinhas velhas, como as que resultaram no Graham’s 30 anos (leia abaixo), chegam a ter mais de 20 tipos de uvas, todas misturadas. Na adega, Dominic foi o inventor da pisa robótica, que reproduz mecanicamente os antigos lagares – tanques em que as uvas eram pisadas pelos camponeses. “Mas só a uso para vinhos do Porto, que têm mais extração”, diz ele. E, na guarda, continua com as antigas barricas de 400 litros, no lugar das bordalesas de 225. “Assim, tiramos pouco do carvalho, já que os nossos tintos são muito estruturados e tânicos”, explica.
Por LUCIANO SUASSUNA
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Nº EDIÇÃO: 530 | 21.NOV - 10:00