Procura por vinhos de qualidade mais em conta obriga restaurantes a oferecer alternativas

Entre elas estão a venda pelo preço de loja e as degustações. Levar a própria garrafa de casa também vale.
Não bastasse o fato de os restaurantes cobrarem muitas vezes quantias assustadoras pelos pratos individuais (R$ 70 já é “normal”), a política de preço deles para o vinho tem contribuído decisivamente para tornar o programa “sair para comer” algo proibitivo. No caso de uma garrafa comum (750ml), cobra-se pelo mesmo rótulo o dobro do preço visto em supermercados e importadoras, em média. Geralmente, quanto mais caro, menor é a margem de lucro, mas aí a conta do casal já passou dos R$ 200 e é tarde demais. No entanto, ainda há lugares que não deixam o freguês com a sensação de ter sido “assaltado”.
Um dos exemplos mais emblemáticos disso é o do restaurante Amadeus, que desde 2009 vende a seus fregueses vinhos a preço de prateleira. Nem mais, nem menos. “Não tenho exclusividade com nenhuma importadora e tenho boa condição de compra. Costumam dizer que a casa é o melhor cliente das importadoras”, explica o administrador, Luís Eugênio Torres. Por causa dos preços mais baixos da concorrência, não raro chegam a vender cerca de 100 garrafas numa única noite. Detalhe: são 150 lugares.
A adega da casa fica num espaço subterrâneo climatizado de 45 metros quadrados e abriga aproximadamente 2,5 mil rótulos. Como não há carta de vinhos, é nesse ambiente que o freguês escolhe o vinho que vai tomar, com etiquetas de preço em todas as garrafas e o auxílio de um dos sommeliers da casa. “As pessoas ficam muito à vontade”, relata ele. O vinho mais barato sai por R$ 25 e há cerca de 200 por até R$ 35. Parece improvável num cenário como o atual, em que os preços geralmente começam em R$ 60.
Apesar disso, são os rótulos argentinos e chilenos na casa dos R$ 100 os mais vendidos. “As pessoas têm saído de casa dispostas a pagar pelo menos R$ 60 pelo vinho, então fomos melhorando a qualidade do que temos aos poucos. As pessoas estão aprimorando o gosto e estão vendo que vale a pena. Gostam de coisa boa, mas só tomam esse tipo de vinho em casa. Muita gente desanima de beber vinho fora de casa porque sabe que o de R$ 120 custa R$ 70 na importadora”, afirma ele.
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