Afinal, um copo de vinho é ou não equivalente a ir ao ginásio?

Beber ou não beber, eis a questão. A dúvida foi lançada recentemente após dois estudos canadenses terem sido publicados com ideias distintas sobre a mesma temática. 

Se, por um lado, os pesquisadores da Universidade de Alberta defendem que um copo de vinho tinto equivale a 30 minutos de exercício físico, os cientistas da Universidade de Queen dizem que o mesmo copo é suficiente para deitar por terra a atividade física feita. Afinal, em que ficamos?

Um copo de vinho tinto por dia é, muitas vezes, aconselhado pelos médicos. Sabe-se que o resveratrol, antioxidante encontrado naturalmente na pele das uvas vermelhas, pode ajudar a prevenir doenças cardíacas e aumentar os bons níveis de colesterol, mas, no que toca à vida de esportistas, os seus benefícios mostram-se contraditórios.

Recuemos, então, a 2012. Há cerca de dois anos, uma equipa de cientistas da Universidade de Alberta descobriu, após testes em ratos de laboratório, que a ingestão de resveratrol, presente no vinho tinto, é responsável pelo aumento do desempenho e pela melhoria das funções musculares e cardíacas da mesma maneira que um treino de resistência intenso o faz.

Embora os efeitos de um copo de vinho tinto sejam, segundo estes especialistas, equivalentes a meia hora de exercício físico, a pesquisa alerta para o fato de não se abdicar da prática esportiva, lê-se no Youth Healf. Para os envolvidos no estudo, o vinho tinto deve ser visto como um aliado daqueles que apresentam algum tipo de limitação na prática de exercício.

Contudo, surge este ano um outro estudo canadense, oriundo da Universidade de Queen, em mais uma recente investigação a qual expõe que, afinal, um copo de vinho tinto pode deitar por terra o exercício físico feito, conforme a pesquisa liderada Jason Dyck, diretor do Centro Cardiovascular de Pesquisa da Universidade de Alberta. 

Estes cientistas, porém, alertam para a necessidade de mais estudos e pesquisas para comprovarem que o vinho tinto reverte os efeitos vantajosos de uma rotina regular de exercícios.

Brendan Gurd, professor da Faculdade de Cinesiologia e Saúde Estudos da Universidade de Queen, diz que “a eficácia de resveratrol como forma de melhorar as funções metabólicas e cardiovasculares não é tão profunda como se pensava”, cita o site Medical Daily.

Para o estudo, a equipa de Gurd administrou doses diárias de resveratrol e placebo a 16 homens fisicamente ativos mas divididos em dois grupos. Os participantes passam de exercícios aeróbicos três vezes por semana, para treinos de alta intensidade (conhecidos como HIIT) também três vezes por semana, mas durante quatro semanas.

No final dessas quatro semanas, a equipa de investigação concluiu que o resveratrol tinha impedido os efeitos da atividade física. Enquanto os homens do grupo que recebeu placebo apresentaram certos benefícios associados ao exercício, os homens do grupo que ingeriu doses de resveratrol não mostraram melhorias durante os treinos de HIIT.

Estes dois estudos contradizem-se no seu ponto central, mas podem ser vistos como uma forma de ter ‘peso e medida’ na ingestão de determinados alimentos. Embora o estudo mais recente revele que necessita de novos testes, acaba por ir ao encontro de uma análise feita na Dinamarca e publicada no Journal of Physiology que indica que dieta rica em antioxidantes pode realmente anular muitos dos benefícios do exercício, incluindo a redução da pressão sanguínea e do colesterol.

Fonte: Noticias ao Minuto