Combate de Trigo

Façamos algo diferente, inspirados na degustação horizontal de vinhos, vamos provar o tradicional versus o novo.

A primeira prova iniciou-se com a tradicional Edelweiss que apresentou cor dourada intensa, espuma alta e branca com bolhas bem pequeninas. No paladar o sabor de frutas predomínio só veio à tona devido ao fermento (Weihenstephan normalmente) que cria o sabor de fundo de banana. Não percebi outras notas pronunciadas não, inclusive de malte. Porém é muito refrescante mesmo sem a pronúncia do amargor de lúpulo.

A segunda prova foi a termo com a Bodebrow. A cor é bem mais palha com tom pastel, a espuma é tão densa quanto a Edelweiss, mas no paladar surge a grande diferença. No início um sutil frescor de lúpulo que rapidamente traz o sabor de frutas cítricas - notadamente uma laranja muito bem equilibrada a ponto de não sobrescrever todo o resto. Também não traz sabor de malte ou o misto de trigo e malte puro, mas é uma grande diversão.




No final, diria que ambas se apresentam muito bem, são cervejas de qualidade mas não diria “gourmet”, até porque este título está muito banalizado... A Paranaense foi premiada em Blumenau como cerveja Ouro, e na Austrália foi vencedora de tornei internacional – traz TA de 5,2%. Já a Austríaca sem expressar prêmios ou peripécias pode ser denominada como uma purista - TA de 5,3%.


Bastidores, como foi realizada a degustação?

Partindo do modelo de degustação horizontal do vinho, o objetivo era de avaliar comparativamente duas cervejas de trigo de regiões (e culturas) distintas - servidas em taças de vinho tinto a aproximadamente 10oC para avaliar a coloração, espuma, buque e o gosto inicial e residual basicamente. O tradicional versus o novo. O ambiente, iluminação e parâmetros fotográficos foram preparados a prova, caso contrário o calor da luz de tungstênio aqueceria a bebida e arruinaria o buque e espuma... Mas foi isso, aguardem as próximas.