Com as vendas estagnadas devido à crise, os produtores já não têm onde guardar a produção, que pode até ser destruída.
A crise pandêmica está provocando uma situação sem precedentes em quase
todos os negócios. Um deles é o da produção de vinho, que pode ter que
recorrer a uma solução drástica para resolver os seus problemas, que é
como quem diz, uma total incapacidade de escoar a produção.
O alerta foi dado por Éric Andrieu, político francês, membro do
Parlamento Europeu, que pediu à Comissão Europeia que tome medidas para
salvar os produtores, que tentam lidar com uma queda de 30% no
volume de negócios. O Comitê Europeu das Empresas de Vinhos revela
também que o mercado de vinho europeu perdeu 50% do seu valor.
O encerramento de restaurantes e bares por todo o continente europeu fecharam
os habituais canais de distribuição comerciais, que preocupa o
presidente da CEEV.
“Depois de um armazenamento no início de março, as vendas nos
supermercados voltaram a cair no final do mês, reforçando a tendência
negativa do mercado do vinho”, revela a “The Drinks Business”. E nota que este excedente está deixando muito pouco espaço em armazém para manter a produção de 2020."
Se até lá não for encontrada uma solução, estima-se que entre Itália,
Espanha e França, 10 milhões de hectolitros — mil milhões de litros —
possam ser desperdiçados ou, como alternativa, usados para a produção de
desinfetantes.
“A destilação é um alternativa, certamente menos bem remunerada do
que a venda do vinho, mas uma que irá permitir aos produtores
sobreviverem e produzir a colheita de 2020”, explica Andrieu.
Através deste processo, será possível transformar o vinho em álcool
que poderá depois ser vendido para a produção industrial de gel
desinfetante ou até cosméticos. Mas para que isso suceda, é necessária a
devida autorização de Bruxelas.
Fonte: NIT
Imagem: Internet