Cerca de 30 produtores de vinho portugueses participam pela primeira vez na InterWine de Cantão para estimular o interesse de um mercado de 80 milhões de pessoas, com uma classe média com cada vez mais poder de compra. "É uma província que tem crescido, com cerca de 80 milhões de habitantes e uma classe média que vem ganhando algum poder de compra. E o vinho também vem tendo maior interesse por parte desta província, daí esta nossa primeira aposta para alargar o mercado", disse à Agência Lusa Miguel Nora, gestor para a Europa e Ásia da ViniPortugal. A aposta vem no seguimento dos esforços feitos "por alguns produtores bem estabelecidos em Hong Kong e Macau" e que "aproveitam a proximidade geográfica" com Guangdong. "No entanto, esta província faz parte da China Continental e por isso é regida pela logística e pelas regras alfandegárias de lá, enquanto que em Macau e Hong Kong é mais fácil em termos de mercado, porque não há impostos nestas regiões", admitiu, ao reconhecer o encarecimento dos produtos e dificuldades acrescidas à penetração dos vinhos portugueses neste mercado. Não obstante, as expectativas da primeira participação na InterWine de Cantão são as de "aumentar a presença portuguesa" na região, referiu Miguel Nora no final do primeiro dia de feira.
Apesar do volume ser ainda reduzido, "a China já é o 15.º mercado do vinho português", depois de as exportações terem crescido 93% em 2010 e 79,4% nos primeiros seis meses de 2011 para 2,6 milhões de euros, indicou. "No ano passado, a China era o 18.º mercado e há dois anos nem sequer aparecia no top 30", destacou, ao frisar o potencial de crescimento. Mais de 20 produtores portugueses, estreantes na InterWine de Cantão, marcaram presença na Feira Internacional de Vinhos e Bebidas Espirituosas de Hong Kong, que decorreu na semana passada. Além de Hong Kong e Macau, a ViniPortugal promove habitualmente ações em Pequim e Xangai. Criada em 2005, a InterWine de Cantão iniciou hoje e vai até o dia 10 de novembro.
Ler mais